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Sucralose pode danificar DNA humano, segundo estudo estadunidense

Sucralose pode danificar DNA humano, segundo estudo estadunidense

Em 15 de maio de 2023, a Organização Mundial da Saúde emitiu um comunicado sobre o consumo de adoçantes, desencorajando o uso dos substitutivos do açúcar pela falta de efeitos para a perda de peso a longo prazo. De acordo com a entidade, os sintéticos ainda poderiam gerar problemas de saúde, como maior risco de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Essa orientação não é válida para pessoas já diagnosticadas diabetes e não inclui açúcares de baixa caloria ou álcool de açúcar.  

No Brasil, as regras implementadas são baseadas nas diretrizes do Comitê de Especialistas em Avaliação de Segurança de Aditivos Alimentares da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da OMS.   

Em resposta à diretriz, o governo brasileiro afirmou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão responsável por avaliações de segurança e controle sanitário para prevenir riscos à saúde, acompanharia a discussão sobre o tema. Conforme o comunicado, a instituição “se juntará a outros entes governamentais, particularmente o Ministério da Saúde (MS), e também a atores não governamentais, para avaliar a nova diretriz e o contexto do uso de adoçantes no país”. 

Entretanto, um novo estudo realizado pela Universidade da Carolina do Norte sugere que a quantidade permitida de ingestão de sucralose permitida seja revisada com urgência. Os pesquisadores da instituição concluíram que uma substância química formada durante a digestão da sucralose, o sucralose-6-acetato, é ‘genotóxica’, ou seja, pode danificar o DNA e, consequentemente, provocar doenças hereditárias e cânceres.  

Susan Schiffman, autora da pesquisa e professora adjunta do departamento de engenharia biomédica na Universidade da Carolina do Norte, enfatiza que o sucralose-6-acetato está presente no adoçante antes mesmo dele entrar em processo de metabolização. 

“Para dar um contexto, a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar tem um limite para todas as substâncias genotóxicas de 15 microgramas por pessoa diariamente. Nosso trabalho sugere que os vestígios de sucralose-6-acetato em um único dia, com uma bebida açucarada, ultrapassam esse limite. Isso ainda sem considerar a quantidade de suclarose-6-acetato produzido metabolicamente depois que as pessoas consomem sucralose”.  

O estudo foi composto por uma série de testes em laboratório. Durante os experimentos, os cientistas injetaram as substâncias em células de sangue e no tecido epitelial que reveste o estômago. Segundo Schiffman, o contato prejudicou a conexão das células, gerando a ‘Síndrome do Intestino Permeável’.  

Isso significa que componentes que seriam expelidos do corpo estão sendo absorvidos para a corrente sanguínea. Além disso, as células intestinais demonstraram um nível elevado dos genes associados a estresse oxidativo, inflamação e carcinogenicidade na sua atividade genética.  

“Esse trabalho levanta um leque de preocupações sobre os possíveis efeitos de saúde associados com sucralose e seus metabolismos. É hora de revisar as regras de segurança da sucralose, porque as evidências apontam que ela traz riscos significativos. Na pior das hipóteses, recomendo que os indivíduos evitem produtos com sucralose. É algo que você não deveria ingerir”, finaliza. 

Atualmente, o limite determinado pela Anvisa e Food and Drug Administration (FDA) é ainda mais baixo que o de 15mg sugerido pela OMS. Os órgãos consideram que o consumo deve ser de 5mg para cada quilo de peso. Seguindo essa proporção, uma pessoa de 70kg poderia consumir até 420 gotas em um dia. Vale destacar que tais diretrizes ainda não foram revisadas, já que o estudo apresenta dados recentes. 

A fiscalização da Anvisa depende de Resoluções da Diretoria Colegiada (RDC), que alteram a legislação em vigor. Estabelecidos pela gerência da entidade, os atos normativos passam por um fluxo de proposta, publicação, divulgação, implementação e acompanhamento.